domingo, 23 de outubro de 2011

Terra

Escrito por:Augusto gattone   

   Todos nós estávamos ansiosos para a passagem daquele incrível astro celestial.  Jovens, idosos, crianças, pessoas de todas as idades, esperando pelo espetáculo incomparável.
Então lá pelas 23:00 um grito emocionado ecoou no meio à multidão:
   -olhem, lá esta ele, olhem todos!!!
   E então percorrendo sua órbita, o magnífico cometa cruzava os céus claros daquela vazia noite fria, deixando de rastro um tom azul metálico nos céus. Era algo tão belo, solene,  que muitos choravam.
   Naquele momento o planeta todo parou para visualizar aquele magnífico fenômeno.
Aquela luz radiante era algo tão diferente,  e ele era surpreendentemente enorme. Cruzava os céus, imponente, dono de uma grandiosa realeza absoluta.
   -É, agora ele só voltará daqui a 75 anos.
   -Então, ele só voltará  em 4022?
   -Sim meu filho, e você com certeza já será um velhinho quando ele voltar.
   -De onde é que ele vem papai?
   -O cometa?
   -Sim.
   -Era um planeta lindo, magnífico. Era azul visto do espaço. E há mais ou menos 2000 anos uma maquina aceleradora de partículas, chamada LHC foi ligada e o fez arder imediatamente e sair de sua órbita original.
   Afinal os cientistas daquele planeta não eram tão brilhantes assim. Não passavam de sonhadores.

sábado, 22 de outubro de 2011

A Casa

Escrito por:Augusto Gattone
 
   Ouvi gritos vindos da cozinha. Passos em seguida na densa escuridão da noite. Mais gritos e uma grande correria, enquanto eu apenas tentava dormir. 
   Fiquei apavorada, com medo de algo acontecer comigo. Senti uma dor,  porém nada demais, eu só queria ficar calma enquanto os gritos e toda aquela correria, não me deixavam em paz. Um grito estridente vindo da sala, um grito de morte e logo depois pude ver alguém correndo para fora, em direção à rua, segurava uma faca nas mãos. 
   Pelos barulhos,  alguém se arrastava na sala, fazia grunhido e tentava manter-se vivo. Houve um silencio por alguns instantes e logo eu pude ouvir alguém desabar no chão do corredor: morto.
   Por toda a noite fiquei envolto por muitas luzes de viaturas, e policias que entravam e saiam de mim a todo o momento, dizendo que dentro de mim, da casa, havia acontecido um homicídio.
   Infelizmente não pude fazer nada...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Estranho Sem Nome

Escrito por:Augusto Gattone


   Walter Black estava rindo.
Riu até a hora em que a mandíbula começou a doer e a garrafa de uísque barato que segurava entre as mãos caiu sobre o chão.
   Policiais tolos! Havia sido tão fácil. Agora Walter tinha cinqüenta notas das grandes em seus bolsos. Se o guarda havia morrido, não foi culpa de Walter, o guarda cavou o próprio tumulo, assinou sua própria sentença de morte desde o momento em que decidiu confrontar Walter.
   Rindo, Walter Black levou novamente a garrafa até os lábios. Foi quando ele escutou alguns passos precipitados vindo da escada que levava ao sótão onde ele havia se escondido.
Pegou seu revolver. A porta se abriu lentamente, e Walter viu a silhueta de alguém. O estranho vestia uma jaqueta negra e um chapéu cobrindo os olhos.
   - Oi, olá! – disse – Walter... Venho lhe observando.  De fato você me agradou muito, sabia?- O Estranho riu loucamente, naquele momento Walter estava horrorizado.
   - Quem diabos é você? -Perguntou Walter-O Estranho riu novamente.
   -Você me conhece. Eu te conheço. Fizemos um pacto a mais ou menos uma hora atrás, para ser mais exato... No momento em que você disparou naquele guarda.
   -Largue-me! Largue-me!-Gritou Walter, enquanto O Estranho segurava forte o seu braço.
   -Chegou sua hora, Walter, é hora de vir comigo- Disse o estranho com um ar solene-Além do mais, existe um longo caminho para percorrermos.
   O Estranho tirou a jaqueta e o chapéu. Walter contemplou aquele Rosto. Gritou. Walter Black gritou, e gritou e gritou.
   Mas o Estranho apenas riu, e em um instante, o cômodo estava silencioso, e completamente vazio, deixando no ar apenas um fortíssimo cheiro de enxofre.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Sem saida

Escrito por: Augusto Gattone

 “O que estou fazendo aqui?”, perguntei de repente para mim mesmo. Eu estava terrivelmente assustado. Não conseguia me lembrar de nada, porém ali estava eu, trabalhando na linha de montagem de uma Unidade Central Atômica. Tudo que eu sabia era que me chamava Scott Philips. É estranho, como se eu acabasse de acordar de um sonho agradável. O lugar estava bem vigiado, os guardas estavam por toda à parte, armados com rifles. Havia outros trabalhadores e pareciam zumbis. Pareciam prisioneiros.
 Mas não importava pra mim, eu precisava descobrir quem era eu, e que diabos eu estava fazendo ali, morto ou vivo, eu tinha que escapar!
Comecei a cruzar o andar, quando um dos guardas gritou:
-VOLTE AQUI!
Comecei a correr sem direção, me joguei em cima de um guarda, que caiu e rolou escada à baixo.
Ouvi vários disparos, estavam disparando contra mim. Mas aquele pensamento persistia em meu subconsciente: Tenho que escapar!
Havia um novo grupo de guardas bloqueando o grande portão de saída. Parecia que estavam meio atrapalhados diante de tal situação, até que eu vi uma corrente que vinha do teto balançando. Segurei nela e em um salto fui projetado cem metros à frente até que aterrizei. Mas não tive sucesso, havia um guarda ali, e ele logo disparou. Tudo girou, e foi ficando escuro... Apaguei e cai em um grande abismo na escuridão...
  
     Um dos guardas tirou o boné e coçou a cabeça.
      -Não sei não, Cole. A tecnologia e o progresso são um grande passo diante da humanidade. Mas estes E-102 Scott Philips,são ótimos robôs, mas de vês em quando se desorientam e parece que estão procurando algo, quase humano. Oh está bem!
    Passou um grande caminhão que na lateral estava escrito: REPARAÇÃO DE ROBÔS A.C.M.E.
    Duas semanas se passaram, Scott Philips estava de novo no trabalho, com um grande vazio no olhar. Mas de repente...
    Seus olhos despertaram, e o persistente pensamento voltou a ele: TENHO QUE ESCAPAR!!!