Escrito por:Augusto gattone
O radiante brilho da lua cheia refletia nos grandes olhos da pequena coruja, que apaixonadamente observava da toca, que se encontrava na copa de uma grande arvore.
Seus pais haviam saído atrás de caça, deixando-a responsável pelos irmãos mais novos. Porém lá estava à coruja, encantada com a luz do luar que brilhava no meio à densa escuridão. Se ao menos soubesse voar, se lançaria nas correntes de vácuo e voaria até a lua, que a aguardava solenemente. Mas de fato era muito nova, e suas frágeis asas não agüentariam o peso de seu corpo franzino.
A tristeza tomou conta da pobre coruja e ela lançou um pio melancólico ao luar. Como resposta a lua rutilo com mais força, lhe trazendo fortes raios que tocavam em suas penas fazendo-as brilhar numa brancura etérea. Seu coração acelerou, pulsado com mais força e o desejo de alcançar a lua começou a lhe arder no peito até que ela não agüentou. Abriu suas longas asas e jogou-se no vácuo á sua frente.
Voou por dois segundos e com a leveza de uma pedra caiu na escuridão. Suas asas batiam desesperadamente, tentando manter-se no ar, mas ela não conseguia controlar seu corpo. A velocidade em que seu corpo caia aumentava cada vez mais em direção ao solo, e durante o caminho acertava e batia em vários galhos fazendo-a quicar de um lado para o outro,impossibilitando o bater das asas.
O medo consumia seu corpo enquanto o solo ficava cada vez mais perto. Seria seu fim,ela sentiu isso. Em um ato de desespero suas garras cravaram-se ao redor do galho mais próximo de onde caia e com um forte tranco ela parou, agora pendurada de cabeça para baixo. Com o coração disparado ela piava gritando por socorro e devagar começou a abrir os olhos e quando os abriu olhou para baixo.
Foi então que a viu.
Lá embaixo, na superfície lisa de um lago muito bonito, ela pôde ver. Seu brilho tão magnífico irradiava energia, sua forma arredondada manifestava uma grande beleza no ar e uma sensação de serenidade, fazendo o coração da pequena coruja pouco a pouco desacelerar. O medo havia sumido dando lugar à paixão
Tão bela, a lua descera lá do alto dos céus para que ela, no ápice de sua fraqueza, pudesse descer e alcançá-la. Emocionada com tamanha bondade a corujinha tornou a abrir as asas e lançou-se num mergulho de encontro á luz.
Desceu em alta velocidade e quando tocou a água ela se afagou na alegria de enfim, alcançar a lua.